Raquel Graça Raquel Graça

das coisas que resolvem um dia

Abril foi mês de muito trabalho, de celebrar a Liberdade e de ter na lista de coisas para fazer o “entregar o IRS”.
Vou ter de deixar de contaminar um mês tão bonito com o portal das finanças. Maio começou cansado mas hoje aconteceram duas coisas perfeitas.

Encontrar uma coisa há muito perdida.
Sofro imenso quando perco uma coisa, mesmo que seja um lápis. Parece que a vida se desorganizou para nunca mais voltar à ordem natural (aquela que não existe mas nós queremos muito acreditar que sim). E se parte do meu cérebro sabe que isto é um exagero, a outra não esquece a coisinha perdida e volta sempre a ela e a esse vazio, cheia de saudades.
Hoje, encontrei um dos poucos anéis que tenho, e que julgava perdido. Um anel muito pequenino, de prata e feito pela Ana Pina, com umas orelhinhas lindas, que se tinha metido entre a madeira e a tela ali de um quadro. Que bom que foi ouvir hoje um tilintar quando o virei ao contrário, e percebi, ainda sem olhar para o anel, que era ele que ali estava já a chamar por mim.

Tirar uma nódoa da roupa
Adorava ter mais jeito para tratar da roupa.
Tudo o que me cai ao colo e faz nódoa fica. São nódoas das que se levam a sério, não saem com nenhum detergente que eu deixe actuar por 15 minutos seguidos de lavagem normal.

Adorava saber tirar nódoas e fazer um bom arroz de tomate.

Hoje, comprei morangos e cheguei a casa com duas nódoas. Uma no saco de pano branco e outra no rabo das calças de ganga. Faço aquilo que nunca resulta. Fui ao google e pesquisei “como tirar nódoas de morangos da ganga”. Enchi as calças com vinagre, deixei actuar por “uns minutos” e quando voltei a olhar para elas, certa da minha frustração, não vi vestígios dos morangos.

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queria comprar mas vou antes pintar

Uma série de pinturas, em papel e pequeno formato, em jeito de amuo para com o capitalismo e os impulsos que sentimos quando queremos trazer só mais uma coisinha para casa.

Têm sido a minha companhia quando me vejo a pensar comprar mais qualquer coisa. Para assinalar esse pensamento, treinar a consciência e ir registando as vezes que ele aparece e me tenta.

O que pinto não é necessariamente o que ia mesmo comprar, se calhar perdia a graça se fosse assim tão literal e tornava o jogo demasiado sério. Quem vir estas imagens nunca saberá se era mesmo aquilo que estava para ser metido no carrinho de compras do canto superior esquerdo. Daqui a uns anos, quando voltar a olhar para elas, estarei também num jogo, não para adivinhar mas me lembrar, e assim poderei ir além dos Sudokus que nos recomendam para afastar o esquecimento das coisas da vida.

*Esta foi a pintura de Abril. Conto deixar por aqui todas as que vão aparecendo.

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saquinho de coisas boas #1

Em oposição ao famoso unboxing de coisas que se compram, fiz aqui uma lista com uma série de coisas que vi ou apreciei, para mais tarde recordar.

Se quiserem, vejam tudo na companhia desta coisinha que trouxe ali do Spotify só para vocês :D

DOCUMENTÁRIO

O documentário com um bocadinho da vida do Ryuichi Sakamoto. Vi só no fim-de-semana passado, às vezes não entendo porque deixo passar assim as coisas e só adio. É que já adivinhava que ia adorar. A forma como ele vê a vida, pensa sobre certas coisas e ainda se deliciava com o trabalho que fazia são inspiração para mim. Enquanto andar por aqui quero sentir o mesmo, e quando não acontecer quero pelo menos ter a vontade de ir atrás para o sentir outra vez. Fez-me lembrar do Dias Perfeitos, do Wim Wenders :)

INTERIORES

Esta imagem que me fez ter vontade de pendurar na parede os meus trabalhos, mesmo os que estão por terminar.

<3

Minha Alice. Invade a lista das coisas que inspiram porque adoro-a todos os dias e é a minha fonte diária de alegria. Adoro a forma como ela se vai resolvendo e encontrando conforto mesmo quando viro a casa do avesso e a deixo com umas almofadinhas no chão. É lição para mim. Encontrar soluções simples e conforto mesmo quando a vida não está bem como eu quero.

Nuvens, no céu, em correria para ir aonde? Não sabemos.

Sabemos que vão e sempre que as vejo assim lembro-me da minha Joana que me disse uma vez que elas são como as coisas que não nos correm tão bem, as coisas menos boas que vamos pensando até sobre nós, tudo aquilo que vamos julgando verdades. Nós somos o céu azul que está sempre ali, sempre azul. Tudo o resto vai indo e nós podemos continuar sempre inteiros.
Gostei tanto disto como gosto dela <3

Também gostei de escrever aqui hoje. Tem sido um bom regresso. Sossegadinho, sem muito barulho, sem nenhuma pressão. Provavelmente andarei por aqui quase sozinha mas também não vejo nisso um problema.

Até já!*

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das coisas favoritas

Não tenho nada de muito organizado para dizer ou para mostrar, mas comecei um blog que, apesar de ter apelidado de desgraça, gostava que durasse em bem uns tempos.
Março foi um mês muito cheio de trabalho. Vai ser bom mostrar tudo daqui a uns meses mas para já a energia que sobra serve para voltar às tintas e pintar camisolas.

Planeio e faço listas de tudo o que quero fazer, ali no cantinho dos projectos pessoais, e talvez tenha mesmo mais talento para planear do que para fazer coisas. Não entendo esta tendência para organizar trabalho em vez de o vir fazer efectivamente e ainda não percebi se a minha vida profissional é demasiado cheia mesmo, até porque também é criativa, ou se arranjo desculpas para não me ver falhar nos projectos pessoais.

Ontem, ao pensar mais ainda sobre isto (há anos que penso e penso), percebi que se calhar exijo demasiado da pintura e não lhe posso pedir tanto.
Quero pintar coisas que tenham significado emocional para mim, que representem a minha vida, quero ficar orgulhosa do registo e da técnica, quero desligar do mundo e das preocupações e entrar “na zona” enquanto não penso em nada e quero ficar a babar pelo resultado final, na expectativa de poder ficar horas a apreciar a pintura.

Ora, parece-me só muita coisa. Mas só ontem consegui listar isto na cabeça e entender que de facto peço isto tudo, é um bocadinho impossível para já e é daí que vem a frustração. Se cumpro um ou dois pontos e falho outros dois já fico aborrecida, já dou passos atrás e já evito pegar nas coisas no dia a seguir.


Se nada der certo, um dia partilho as minhas listas cheias de planos e projectos que iam MESMO ser bonitos :D

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Uma desgraça de blog

Esta história já será conhecida para alguns.
Há uns anos atrás, e depois de ter apagado um blog inteirinho de cabeça quente, resolvi trazê-lo à vida e dar-lhe um nome que não me fizesse esquecer aquela asneira previamente cometida. Ficou “Prometo que não te mato outra vez”. E, se não o matei, a verdade é que o abandonei e o troquei pelas redes (quem nunca?). Hoje, é só nome da minha pequena loja on-line mas sinto que assim não o condenei mesmo a mais tragédia e cumpri a promessa.

 

Agora, em 2025, e contra todas as probabilidades, quero voltar novamente a esta coisa de ter um blog, por vários motivos mas talvez o maior seja mesmo isto de ter as minhas memórias e as minhas histórias na minha própria “casa”. Quero ser mais intencional com o meu tempo, com o que partilho e com o que consumo, e sei que aqui poderei até sentir-me mais tranquila e sossegada, o que me ajuda sempre.
Sempre fui consumidora de conteúdos mais lentos, mais longos, e talvez seja mais prazeroso produzir os meus assim outra vez.
Não desaparecerei das redes, mas não fico tão refém do que por lá se passa.Também acho positivo que quem me queira seguir não tenha de estar numa rede social e por isso aqui estará a casa onde espero partilhar coisas de forma mais completa e vagarosa.
Imagino que, pela força das circunstâncias, não terei aqui muitas visitas e muitos olhinhos, mas talvez até isso seja uma coisa boa!

 

Como também é importante ter um website, com algum do nosso trabalho e contactos e todas as coisas que alguém poderá querer encontrar para trabalhar connosco, acabei por criar este pequeno site, sem grande ambição, e ainda em construção, para vir enchê-lo de coisas boas, ou pelo menos assim espero.
O nome não lhe traz grandes promessas, já se assume uma desgraça também, mas pode ser que a coisa até funcione ao contrário e acabe por correr bem :)
E, como dizem, “mais vale feito do que bem feito”. Não esperei que estivesse acabado para o publicar e para vos escrever estas primeiras palavras.

Espero que este nosso encontro aconteça várias vezes, como se vos recebesse cá em casa para um café, como faço com os amigos, sem formalidades, e mesmo nos dias em que não me visto lá muito bem.

*

Se seguem blogs que adoram e recomendam, deixem-me os links para eu poder voltar a esta rotina de visitar alguns também :)
Quantas saudades do blogspot! <3

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